segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Bactérias de Arsênio

      [Arsênio (símbolo As) é um elemento químico, de número atômico 33; arsênico é uma substância química que contém arsênio.  ]

        Foi divulgado pela NASA, penso que de maneira precipitada, que uma dada bactéria, estremófilo: 1) Vive em um lago com alta concentração de arsênio; (2) Alimenta-se de arsênio; (3) O arsênio substitui o fósforo do dna da bactéria e incorpora-se ao dna da bactéria; (4) O arsênio é transmitido às próxims gerações.

         O notável é que o arsênio supostamente substitui o fósforo e é transmitido às gerações seguintes. Isto é notável porque pelo conhecimento científico estabelecido, tem-se como certo que a vida tem como base os elementos químicos C (carbono), O (oxigênio), H (hidrogênio), N (nitrogênio), P (fósforo) e S (enxofre).  Aqui base refere-se provavelmente aos átomos constituintes da molécula de guanina, citosina, timina e adenosina, que formam o dna. 

        A dúvida que surge é sobre o método de verificação da (1) incorporação do arsênio ao dna da bactéria; (2) substituição do fósforo pelo arsênio; (3) persistência do arsênio após sucessivas reproduções das bactérias.  Não sou especialista em Bioquímica mas suponho que sejam utilizados métodos estequiométricos (estudos de proporções de reagentes e produtos para determinação de fórmulas) e/ou espectroscopia, talvez espectroscopia de massa.  Tudo tem de ser muito bem verificado e calculado, para não se chegar a um novo fiasco como foi o da divulgação temerária pela NASA de bactérias  supostamente marcianas contidas em um suposto meteorito encontrado na Antártica. O surpreendente é a aceitação automática e acrítica dessas notícias pela mídia internacional e por algumas entidades acadêmicas. A propósito, o acesso ao artigo sobre a bactéria tem sido estranhamente restringido aos interessados. Só tive acesso a fontes secundárias, e de cientistas que criticaram e desautorizaram os resultados divulgados. 

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